Ana Paula Vieira

Por Ana Paula Vieira*

A noite hoje em dia em Vila Franca de Xira é bem diferente de há uns anos. Desapareceram espaços icónicos como o Salsaparrilha, a discoteca que iniciou muitos jovens na arte da dança, o Dó-Ré-Mi no centro da cidade e, claro, não me posso esquecer da Golden Stone, no Monte Gordo, com uma vista magnífica sobre a cidade e a lezíria  ribatejana. Noites de verão inesquecíveis. E bares? Lembro-me do Stand By, onde toda gente se conhecia e para muitos quase era a sua segunda casa. Música ao vivo num espaço mínimo. Quase como um ritual, o início da noite era sempre no Stand By, mesmo que fôssemos depois para Lisboa ou Foz de Arelho (lembram-se da Green Hilll?). Mais tarde no tempo, o Rua Direita bar sempre pejado de gente. Saudosista? Um pouco, sim, mas os tempos são outros, temos que nos adaptar e apesar do revivalismo actual das festa dos anos ’80, a oferta é interessante e variada. Em Vialonga abriu uma nova discoteca, a Station, para quem gosta de kizomba. E na Póvoa há o Amazing Klub com todo o tipo de música. O Shark, em Alverca, o Villa Rio, em Alhandra, ou o SIMMS e o novo City Bar em Vila Franca de  Xira, o Urban Plaza no Cevadeiro e o Soho são alguns dos muitos exemplos que provam que há sempre lugar para mais novos conceitos. Divirta-se! Porque esta terra está viva!

*gestora hoteleira e cronista na gira

Por Ana Paula Vieira*

Num passado não tão distante, Vila Franca de Xira era um destino de referência no que diz res-peito à gastronomia. Uma paragem obrigatória nas quartas feiras europeias de jogos dos benfiquistas nortenhos, aos domingos, as excursões em camionetes que em passeio traziam  centenas de pessoas às ruas da cidade (antes vila) e enchentes aos restaurantes “Zé dos Frangos”, “Sotão”, “O Forno”, entre tantos outros  que deliciavam as “gentes de fora” com os seus pratos caraterísticos.
Lembro-me do “Redondel”, espaço emblemático da praça de Touros “Palha Blanco”, usado para festas e comemoração de datas importantes na vida de muitos vilafranquenses, como aniversários, casamentos. Que saudade daquele cocktail de gambas! Memórias que dificilmente se esquecem e que muitos dos  habitantes locais ainda têm saudades. Os tempos mudam e as transformações são fruto do progresso da humanidade e por isso a restauração vilafranquense também obrigatoriamente necessita de se adaptar  a novas realidades e a novos públicos.
Os novos espaços estão a surgir e pretendem arejar, tanto na decoração, bem como na apresentação e confeção da sua ementa. Vejamos alguns exemplos: o restaurante 150 gramas e o Bodega 150,   dois conceitos recentes  de petiscos gourmet  onde podemos degustar a Burrata, torricado de salmão com queijo ricotta, tapenade galega, tomate confitado e manjericão fresco, servidos de uma forma cuidada porque os olhos também comem; o Fado no Paladar, um conceito que traz o fado para as mesas de jantar mas que não se limita no seu nome e também cria eventos de comida tailandesa; o Casaleiros já com alguns anos mas que nos presenteia com a sua carta gourmet num espaço moderno e aconchegante; o novo restaurante Saturn Sushi que oferece os sabores do oriente e com uma capacidade de sala para grandes grupos; o novo restaurante da Pollux. Sim, a loja de decoração e hotelaria resolveu dinamizar o ultimo piso do seu edifício em Vila Franca de Xira com um espaço de refeições com uma  varanda panorâmica e uma carta gastronómica de comida tradicional portuguesa. Agora é possível almoçar com a ponte Marechal Carmona, numa vista privilegiada; A Canoa, outro local emblemático da cidade , renovou o seu interior e criou uma   imagem nova, continuando contudo,  com o mesmo serviço de excelência e de acolhimento familiar, sendo o seu frango assado um dos melhores. Brevemente, outro espaço será   inaugurado, a Taberna Franca, no  clube Vilafranquense, que  aposta na portugalidade, nos produtos de época e no acolhimento simpático.
Temos muitos outros exemplos espalhados pelo concelho, demonstrando que vale a pena sair da sua zona de conforto e experimentar novos espaços e novas ementas. Vamos almoçar ou prefere jantar?

*é gestora hoteleira e escreve na gira.

É desta forma que incuto nas pessoas que cruzam o meu caminho a  beleza  de olhar de uma forma descomprometida para o seu espaço diário, a sua cidade.
A sua terra merece que a disfrutemos tal e qual como se tivéssemos em   nova York , ou paris ou Madrid ou Rio de Janeiro locais que são nitidamente turísticos, com atractividades grandiosas  e com que sonhamos fazer algumas vezes “a viagem das nossas vidas”. O que proponho nestas singelas crónicas e como um grande desafio pessoal, o de escrever e escrever sobre turismo é a descoberta de Vila Franca de Xira , cidade e concelho como um espaço turístico , cheio de pormenores pouco ou muito conhecidos,  recantos encantados  que permitem a tranquilidade que por vezes nos falta no nosso dia a dia, destapar rotas históricas, rotas gastronómicas, rotas culturais, eventos. Sabiam que um dos momentos mais idílicos do inicio do dia em Vila Franca de Xira é o  nascer do sol, visto do cais, junto ao tejo? nascimento deslumbrante que surge na lezíria com os seus raios de luz apalpando o melhor caminho através dos Arcos da ponte Marechal Carmona. Custa sair do conforto do lar bem cedo mas vale bem a pena. Os meus olhos são os de uma criança que sentem curiosidade por tudo o que a rodeia. A fotografia é uma paixão antiga que me permite congelar as minhas descobertas visuais e do meu concelho que adoro. Começo já por lançar  um desafio, enviem-me um dos vossos lugares preferidos no concelho de Vila Franca de Xira e qual a boa sensação que esse mesmo lugar vos provoca. Bons passeios!